quinta-feira, 19 de junho de 2008

DESEJOS

DESEJOS
Eu queria viajar pelo teu corpo.
Não na velocidade alucinante dos dias atuais.
Mas com calma para que pudesse admirar toda a tua beleza.
E conhecer todos os teus caminhos.
Eu queria dizer-te poemas aos ouvidos.
Não as rimas pobres de hoje em dia.
Mas as doces melodias de outrora.
Para que tu compreendesses o que sinto.
Eu queria espelhar-me nos teus olhos.
Para que, refletido neles, eu me tornasse belo.
E assim pudesse chamar tua atenção.
Então tornar-me-ia um ser feliz.
Eu queria beijar-te a boca.
Não aquele beijo de novela.
Mas um beijo profundo.
Até tua alma se sentir beijada.
Eu queria invadir teus pensamentos.
E ter o poder de guiá-los.
Para que em nenhum momento.
Penses em alguém que não eu.
José Abadia Ribeiro

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A extensão do poder da comunicação


Aberlado Barbosa, o mestre Chacrinha, já dizia "Quem não se comunica, se trumbica!". A frase do irreverente apresentador ilustra a importância da comunicação. Naquela época, dos anos 40 até os anos 80, o Velho Guerreiro consagrou-se pela facilidade que tinha de se comunicar com o público do rádio e televisão. Sua linguagem popular e marcante tinha ouvidos e olhos cativos. Hoje nada seria mais apropriado que um estudo das expressões de Chacrinha para aprender a lidar com a Comunicação. Como o sucesso com a mídia chegou para um estudante de medicina que um dia foi dar entrevista na rádio sobre alcoolismo e teve seu primeiro contato com o público.

A Comunicação não é linear, ela abrange perspectivas além de nossos horizontes e só as pessoas que conseguem notar tal aspecto conseguiram tornar-se historicamente grandes. Quem imaginaria no século XV que o simples invento de Guttemberg, uma máquina de impressão, poderia mudar os caminhos do Mundo. A leitura tornou-se o caminho para a divulgação de idéias e possibilitou a explosão de revoluções e re-configurações históricas.

A fotografia trouxe aos olhos do mundo o sofrimento e a “verdade” que as tintas dos pintores não podiam retratar. A invenção foi levada à guerra, mostrou o sofrimento civil, retratou cidades e reinventou uma nova linguagem de contar a realidade.

O rádio, inicialmente transmitia notícias, depois popularizou as novelas e por fim se tornou o primeiro impulsionador da indústria fonográfica. Influenciando a cultura de todas as épocas. O poder do rádio era tanto que para ilustrar basta se lembrar da incrível passagem de Orson Welles pelos microfones da rádio CBS - Columbia Broadcasting System. Quando em 1938, o então desconhecido Welles, produziu uma transmissão radiofônica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells. O evento causou tanto pânico que milhares de pessoas fugiram de casa para se esconder, imaginando que estavam enfrentando uma invasão de extraterrestres. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal "pegadinha".

Nas imagens do cinema se propagaram ideais, culturas e as emoções de várias épocas. Foi através da sétima arte que os brancos capitalistas e americanos venceram em seqüência os índios do far west, os negros delinqüentes, os japoneses camicasses, os comunistas russos e cubanos, os terroristas muçulmanos e árabes. Foi nas películas que disseminaram a superioridade militar mesmo com as derrotas militares do Vietnã e de Sierra Maestra, em Cuba. Poucos conseguem entender que a primeira guerra que os americanos venceram foi na cabeça das pessoas que sonhavam e agiam como mocinhas e mocinhos de filmes hollywoodianos.

Mas também houveram aqueles que imprimiram a marca da rebeldia, re-inventaram uma nova arte cheia de idéias e ousadia em épocas diversas. Como, Charles Chaplin que descreveu com humor-trágico o capitalismo em Tempos Modernos. Como Orson Welles que criou “às escondidas” a biografia de Horward Hearts, em Cidadão Cane. Como Francis Ford Coppola que trouxe à tona a verdade na inverossimilhança de Apocalipce Now (a ficção que em tudo tinha a ver com a Guerra do Vietnã), Glauber Rocha retratou as ditaduras militares na América Latina, em Deus e o Diabo na Terra do Sol.

A televisão invadiu as casas, popularizou a imagem do homem chegando à lua, do homem em conflito com a natureza, do homem em luta contra o sistema, do homem em conflito com o próprio homem. Os principais acontecimentos do mundo na década de 50 já eram mostrados nas casas de todo o mundo. Governantes se elegendo e sendo derrotados, denúncias de corrupção e escândalos sendo expostos. John Kennedy foi o primeiro presidente a ser eleito pela televisão, mas foi também o primeiro a ser morto diante das câmeras.

Andy Wahol já dizia que no futuro todos teríamos 15 segundos de fama, estaria certo não fosse o tempo calculado.

No século XIV os navegantes conquistaram a América, desejavam conquistar o mundo, mas só conseguiram mesmo no século XX. No ápice da contracultura, das drogas, do sexo, do rock n'roll e das idéias revolucionarias, uns loucos desejavam com ânsia chegar a todos os lugares, como deuses do RPG. No Vale do Silicio foi desenvolvido umas tecnologias paranóicas do tipo de fundo de garagem mesmo.

Hoje, a tecnologia de fundo de garagem possibilitou a Era da Informação, aí a complexidade da comunicação se tornou mais visível. A interligação de vários sistemas que se transformam em enormes redes que se interligam por nós, transmitindo mensagens codificadas que vai e vem em diversas direções num movimento contínuo e caótico de bites, e BUM! Bem vindo Baby, estamos na Matrix. Não é filme, não é ficção. Não estamos em Guerra das Estrelas. Em segundos uma informação atravessa todos os mares, terras, montanhas, oceanos e a imensidão de nossa estratosfera, ignorando todas as distâncias chegando ao seu destino no tempo exato da distancia que separa o dedo indicador do botão Enter do teclado de seu celular, palm top, computer. Voltamos ao Chacrinha: Quem não se comunica?!?!?! NÃO VIVE! Nosso lugar (o Planeta Terra) é o mesmo, apesar de ser diferente. Quem fez isto?!?!?!


RESPOSTA: O poder da Comunicação.


Colaboração - Mariana Gusmão