quinta-feira, 8 de maio de 2008

A extensão do poder da comunicação


Aberlado Barbosa, o mestre Chacrinha, já dizia "Quem não se comunica, se trumbica!". A frase do irreverente apresentador ilustra a importância da comunicação. Naquela época, dos anos 40 até os anos 80, o Velho Guerreiro consagrou-se pela facilidade que tinha de se comunicar com o público do rádio e televisão. Sua linguagem popular e marcante tinha ouvidos e olhos cativos. Hoje nada seria mais apropriado que um estudo das expressões de Chacrinha para aprender a lidar com a Comunicação. Como o sucesso com a mídia chegou para um estudante de medicina que um dia foi dar entrevista na rádio sobre alcoolismo e teve seu primeiro contato com o público.

A Comunicação não é linear, ela abrange perspectivas além de nossos horizontes e só as pessoas que conseguem notar tal aspecto conseguiram tornar-se historicamente grandes. Quem imaginaria no século XV que o simples invento de Guttemberg, uma máquina de impressão, poderia mudar os caminhos do Mundo. A leitura tornou-se o caminho para a divulgação de idéias e possibilitou a explosão de revoluções e re-configurações históricas.

A fotografia trouxe aos olhos do mundo o sofrimento e a “verdade” que as tintas dos pintores não podiam retratar. A invenção foi levada à guerra, mostrou o sofrimento civil, retratou cidades e reinventou uma nova linguagem de contar a realidade.

O rádio, inicialmente transmitia notícias, depois popularizou as novelas e por fim se tornou o primeiro impulsionador da indústria fonográfica. Influenciando a cultura de todas as épocas. O poder do rádio era tanto que para ilustrar basta se lembrar da incrível passagem de Orson Welles pelos microfones da rádio CBS - Columbia Broadcasting System. Quando em 1938, o então desconhecido Welles, produziu uma transmissão radiofônica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells. O evento causou tanto pânico que milhares de pessoas fugiram de casa para se esconder, imaginando que estavam enfrentando uma invasão de extraterrestres. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal "pegadinha".

Nas imagens do cinema se propagaram ideais, culturas e as emoções de várias épocas. Foi através da sétima arte que os brancos capitalistas e americanos venceram em seqüência os índios do far west, os negros delinqüentes, os japoneses camicasses, os comunistas russos e cubanos, os terroristas muçulmanos e árabes. Foi nas películas que disseminaram a superioridade militar mesmo com as derrotas militares do Vietnã e de Sierra Maestra, em Cuba. Poucos conseguem entender que a primeira guerra que os americanos venceram foi na cabeça das pessoas que sonhavam e agiam como mocinhas e mocinhos de filmes hollywoodianos.

Mas também houveram aqueles que imprimiram a marca da rebeldia, re-inventaram uma nova arte cheia de idéias e ousadia em épocas diversas. Como, Charles Chaplin que descreveu com humor-trágico o capitalismo em Tempos Modernos. Como Orson Welles que criou “às escondidas” a biografia de Horward Hearts, em Cidadão Cane. Como Francis Ford Coppola que trouxe à tona a verdade na inverossimilhança de Apocalipce Now (a ficção que em tudo tinha a ver com a Guerra do Vietnã), Glauber Rocha retratou as ditaduras militares na América Latina, em Deus e o Diabo na Terra do Sol.

A televisão invadiu as casas, popularizou a imagem do homem chegando à lua, do homem em conflito com a natureza, do homem em luta contra o sistema, do homem em conflito com o próprio homem. Os principais acontecimentos do mundo na década de 50 já eram mostrados nas casas de todo o mundo. Governantes se elegendo e sendo derrotados, denúncias de corrupção e escândalos sendo expostos. John Kennedy foi o primeiro presidente a ser eleito pela televisão, mas foi também o primeiro a ser morto diante das câmeras.

Andy Wahol já dizia que no futuro todos teríamos 15 segundos de fama, estaria certo não fosse o tempo calculado.

No século XIV os navegantes conquistaram a América, desejavam conquistar o mundo, mas só conseguiram mesmo no século XX. No ápice da contracultura, das drogas, do sexo, do rock n'roll e das idéias revolucionarias, uns loucos desejavam com ânsia chegar a todos os lugares, como deuses do RPG. No Vale do Silicio foi desenvolvido umas tecnologias paranóicas do tipo de fundo de garagem mesmo.

Hoje, a tecnologia de fundo de garagem possibilitou a Era da Informação, aí a complexidade da comunicação se tornou mais visível. A interligação de vários sistemas que se transformam em enormes redes que se interligam por nós, transmitindo mensagens codificadas que vai e vem em diversas direções num movimento contínuo e caótico de bites, e BUM! Bem vindo Baby, estamos na Matrix. Não é filme, não é ficção. Não estamos em Guerra das Estrelas. Em segundos uma informação atravessa todos os mares, terras, montanhas, oceanos e a imensidão de nossa estratosfera, ignorando todas as distâncias chegando ao seu destino no tempo exato da distancia que separa o dedo indicador do botão Enter do teclado de seu celular, palm top, computer. Voltamos ao Chacrinha: Quem não se comunica?!?!?! NÃO VIVE! Nosso lugar (o Planeta Terra) é o mesmo, apesar de ser diferente. Quem fez isto?!?!?!


RESPOSTA: O poder da Comunicação.


Colaboração - Mariana Gusmão

5 comentários:

Priscila Natividade disse...

Bem bacana Aba!
Afinal, já dizia McLuhan: "o meio é a mensagem" e a comunicação mesmo sendo "improvável" acompanha o processo como fator determinante...

Bjãoooo =]

Pri

Cassia Mazza disse...

É isso aí Aba!! Gostei muito do texto. Você está no caminho certo. Continue assim. E lembre-se: a comunicação tem poder fenomenal, tranforma o mundo e as pessoas, a forma de elas agirem e pensarem. Valeu!!!

Anônimo disse...

Também achei muito bom.

Algumas coisas que permeiam minha mente neste tempo nosso, para contribuir e refletir (quem sabe voce que escreve bem nao discorre sobre isso): um dia, quando os lusitanos navegavam e descobriram novas fontes de extração de riquesas justificaram pela catequese - usaram uma suposta primitividade de um povo como argumento para a invasão. Tenho convicção que o povo de um lugar sempre teve de seu governo divulgação de noticias - uma satisfação, digamos assim. Conhecemos bem as noticias das constantes invasões americanas a lugares em prol de uma divulgada democracia a povos carentes dela, mas eles nao pensaram na opressão na Coreia, nem nas mãos amputadas e corpos mutilados por minas na Africa, eles foram democratizar aonde tem petroleo. Nunca vi na TV nenhum noticiario falando sobre como a administração atual do Iraque utiliza os recursos advindos do petroleo de lá hoje. E agora volta e meia indios são incitados por ONG´s em nosso territorio brasileiro, incitados a uma demarcação de terras em locais valiosos, não questiono o direito do indio, de maneira alguma, mas nada é isolado, há uma situação. Falo do que estamos vendo na midia hoje e de como talvez estamos refens da comunicação, estão fortes os anuncios sobre a universalização da amazonia em todo o mundo. Crise de alimentos acontecendo, o aquecimento global... Qual o proximo a ser invadido? As justificativas para a invasao já estão sendo divulgadas.

DEVEMOS ESTAR ATENTOS à COMUNICACAO.

Anônimo disse...

Na mina loucura infame vejo a comunicação humana como uma ferramenta de sobrevivência. Esse universo de símbolos e linguagem permitiu que cada dia mais que nós, humanos, aprimorássemos a arte de modificar o ambiente a nosso favor, fazendo desse animal muito mais frágil que os outro dominasse o mundo.
Querido Abadia, o texto é muito próximo as minhas reflexões e desta forma percebo que temos convergências de pensamento. Talvez você também comungue comigo outro pensamento, penso que nós comunicólogos temos a difícil tarefa de não permite a robotização (narcotização) do pensamento humano através da comunicação sem ética, sem moral.

Até mais,
Daisy

Anônimo disse...

Sem dúvida alguma quem não comunica acaba prejudicado em determinada situação. Tem uma informação que eu gostaria de acrescentar: A necessidade de comunicação e novos conhecimentos sempre se deu, e foi através dos viajantes que surgiu o jornal (escrito). Em suas paradas os viajantes relatavam fatos importantes e deixava registrado em uma espécie de caderno nas budegas, para que todos tivesses acesso. Daí a idéia de publicar e comercializar as notícias.
Espero ter feito uma boa comunicação...rsrsr...
Abraços a todos