sábado, 29 de agosto de 2009

Vou votar na "Jakie"

Alguns minutos dançando em um palco de uma casa de shows de Salvador rendeu à professora Jequeline Carvalho uma exposição midiática muito maior que muito partido grande não consegue.
Os pouco mais de 6 minutos dançando ao som da musica "Todo Enfiado" da Banda O Troco lhe renderam matérias em todos os meios e veículos de comunicação baianos e alguns nacionais.
A rede Record gastou duas preciosas horas da sua programação de fim de tarde exibindo repetidas vezes o vídeo e entrevistando a moça. As perguntas, como não poderia ser diferente neste tipo de programa, ao invés de debater o polêmico aparecimento da professora, se ocupou apenas tentar saber das pretensões artísticas de Jaqueline. O interrogatório queira saber se ela vai posar nua ou ser dançarina da banda e coisas do tipo.
Ela revelou também que havia bebido duas garrafas de whisky e cerveja. Eu custo a acreditar. É muito álcool.
Não sou defensor nem acusador da professora Jaqueline Carvalho. Apenas penso que o foco da discussão deveria ser os caminhos que a música baiana tem trilhado. Temos compositores, cantores, poetas, enfim, artistas de todas as matizes, mas o que gera discussão e mídia gratuita é este tipo de música.

Um comentário:

Unknown disse...

Amigo, esse é um fenômeno clássico da folkcomunicação onde a exibição excessiva de cena de violência, ou erotizadas , ou cenas que expõem pejorativamente a vida alheia mascaram ou esconde ou torna outros fatos menos importantes.
Para nos comunicólogos outro fato que não podemos desprezar é a velha tática de divirta o povo com o que é do povo ( Para o povo pão e Circo, para a nobreza ouro e banquete). E assim os noticiários sangrentos, a divulgação em larga escala de cenas altamente eróticas, a exploração da miséria vão tomando o lugar da educação, da cultura e do ócio criativo.
Voltando ao caso Jaqueline, fico me perguntando ela realmente não queria que a sua “performance” tivesse essa repercussão . Esse apelo da pobre professorinha bêbada que não sabia o que estava fazendo é no mínimo irônico. Que me desculpe os bons samaritanos, mas exponho aqui realmente um juízo de valor, tudo isso não passa de uma armação para divulgar a tal banda e fazer a Rede Recor ter picos de audiência.
O resto é bla bla bla.