quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As lições das Urnas

Por Almir Simões

A excelente performence de Dilma – novata nas urnas –vencendo por 46% a 33% um candidato que por três vezes colocou a cara na tela é super gratificante e promete muito.

Convém lembrar que o Lula perdeu as 03 primeiras eleições para presidente e em 2002 2006 só ganhou no segundo turno que ora se apresenta muito salutar para a democracia.

A derrota vergonhosa dos senadores Tasso Jereissati (Ce), Arthur Virgilio( Am), Heráclito Fortes (PI), Marco Maciel(Pe), César Maia (Rio) – serristas - e César Borges(Ba) – oportunista de plantão - representa o enterro dos velhos caciques do coronelismo na política brasileira, séria advertência para o Agripino e o Bornhausen que poderão sofrer a guilhotina nas próximas eleições e apelo aos novos que foram eleitos a fazerem uma oposição mais responsável e comprometida com os avanços e conquistas sociais e econômicas da era Lula.

A vitória exuberante de Jacques Wagner na Bahia, Sergio Cabral no Rio, Tarso Genro no RS, Eduardo Campos em Recife são exemplos de gestão participativa e transparente que o povo aplaude e reconhece. Ao contrário a vitória inexpressiva de Alkimim em São Paulo só comparável a de Roseana no Maranhão está no rol daqueles que vencem mas não convencem. Muito vergonhoso e chega às raias do ridículo o palhaço Tiririca obter quase três vezes mais votos que Gabriel Chalita, mestre e doutor, professor da PUC, escritor renomado, ex-secretário de educação, exemplo de ética e dignidade na política paulistana. Grande desafio para o PSDB que em 16 anos no poder foi incapaz de educar a população para a cidadania.

Surpreende a vitória de Dilma no Maranhão ( 70:64% x Serra 15:09 ) superando os índices de sua terra natal Minas Gerais e do Rio Grande do Sul berço de sua vida em gestão pública. Na minha ótica a carência de uma reforma política responsável por coligações esdrúxulas explica o antagonismo existente no Maranhão. De um lado mantém o governo conservadorista e no plano federal reconhecem os grandes avanços do governo Lula.

E o tal “ fenômeno “ Marina ? Que fenômeno ? Foi muito mais um processo de evaporação sofrido por Dilma na reta final das eleições. Marina foi a terceira colocada em sua terra natal o Acre, estado pequeno, com pouco mais de 600 mil eleitores. Não vejo no resultado uma liderança pessoal mas uma “votação vaporosa” para uma grande maioria de eleitores que quiseram fugir do embate, rejeitam Serra e ficaram com medo de votar em Dilma. Não vendo em Marina nenhuma ameaça, enrolaram os votos numa bandeira verde. A avalanche de calúnias duras e gratuitas sofridas por Dilma na internet, o denuncismo, as distorções, as baixarias, a exploração do sentimento religioso para confundir os incautos foram armas da oposição e de inocentes úteis contra Dilma responsáveis pelo tal “fenômeno.” Espero que a própria Marina faça uma auto-avaliação para não escorregar em casca de banana pois já está sendo cotejada por reacionários conservadores que lutam para retomar o poder. Deve se espelhar na derrota de Heloisa Helena para senadora, um desastre que não se esperava. Ao mesmo tempo, lembrar-se que foi na escola de Lula que recebeu a régua e o compasso para dar os primeiros passos na carreira política. Uma guerra não se ganha apenas com uma batalha. A primeira foi muito bonita e tem o sabor de vitória. Acho que o segundo turno vai ser mais fácil. Dilma já parte com 46% de votos consistentes que em hipótese alguma serão tragados. Avante Brasil !

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